quinta-feira, 28 de março de 2013

A aventura para se comprar um vinho Gewurztraminer


Nesses dias quentes de verão nada melhor do que um espumante, um rose ou um bom vinho branco. Pois bem, vendo que meus vinhos brancos estavam acabando lá fui eu para uma loja de vinhos. Os clássicos Chardonnay, Sauvignon Blanc estavam sendo muito bem ofertados, assim como os italianos Chiantti. Tive uma surpresa com o avanço da Torrontés, percebi um aumento de exemplares sendo vendidos, pelo menos nesta loja, agora minha maior supresa foi quando eu perguntei, “Vocês tem algum exemplar de Gewurztraminer?” e a resposta assustadora “Você tem certeza que isso é uma uva?”

O que dizer neste momento?

Me perguntei, será que estou em alguma rede de supermercados? (com todo respeito a rede de supermercados, inclusive já fui muito melhor atendido nesses lugares) não, não estava, estava em uma loja especializada em vinhos.

Muito educadamente abri o google no meu celular e mostrei do que se tratava, mas achei um verdadeiro absurdo. Não sou um enólogo, sou apenas um apreciador, mas mesmo não sendo um profissional entendo um pouco, mas não conhecer a Gewurztraminer é um pouco demais.

Para que não conhece nada de vinhos é a mesma coisa de você ir em uma farmácia, pedir um Tylenol e o atendente te responder “tem certeza que isso é um remédio e é vendido aqui?”

Realmente se queremos ser um país que tenha um consumo de vinho, no mínimo aceitável, não podemos ter uma loja especializada em vinhos em que seus profissionais não sejam preparados para tal.

Acredito que o que vivenciei seja uma exceção, já fui em excelentes lojas com atendimentos espetaculares, entretanto, cabe aqui o relato dessa situação vivida há poucos dias.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Ice Wine o vinho que vem do Canadá


Após ler a excelente matéria, produzida por Bruno Agostini, na Revista Baco nº 5, intitulada “Canadá – Para aqueles que gostam de curtir o verão na América do Norte”,  fiquei curioso para conhecer mais a respeito do Ice Wine. Dessa forma efetuei várias pesquisas a respeito desse tipo de vinho e gostaria de compartilhar com todos os leitores que assim como eu não conheciam o vinho do gelo.


O ice wine foi originado na Alemanha, no século XVII, quando acidentalmente se produziu um vinho através do prensado de uvas congeladas. Porém apenas no século XX houve um aumento da produção naquele país. Chegou ao Canadá na década de 70, entretanto sua produção cresceu significativamente na década de 90. Atualmente esse vinho de sobremesa é o ícone da viticultura canadense.
 
O processo de elaboração se inicia no vinhedo, as uvas ficam na videira muito além da época da colheita e devido ao fato de estarem localizadas em regiões muito frias acabam congelando.  Com as uvas congeladas inicia-se a colheita, que geralmente ocorre no período da noite, de forma manual, e em temperaturas entre -10°C a -13°C. As uvas ainda congeladas são prensadas, os açucares e outros sólidos dissolvidos não congelam, mas a água sim, permitindo um mosto mais concentrado. Os cristais de água ficam na prensa resultando numa menor quantidade  de vinho mas muito mais concentrado, muito doce e com elevada acidez. Esses vinhos possuem um certo frescor apresentando notas de manga, melão, damasco e outras frutas doces.

Para a produção do vinho do gelo, os viticultores utilizam as uvas, Vidal, Cabernet Franc e Riesling, entretanto nota-se experimentos com outras cepas como a Chardonnay, Gewurztraminer, Chenin Blanc, Pinot Blanc, Merlot, Pinot Noir e Cabernet Sauvignon.

Atualmente na região do Ontário, a Peninsula de Niagara (130 quilômetros de Toronto) é a maior produtora de ice wine do mundo, com destaque para as Vinicolas Inniskillin e Peller Estates.

O ice wine não é excluvidade do Canadá, a Alemanha também é um forte produtor. Há também ice wine, na Áustria, na Suíca e por incrível que parece no Brasil. Em São Joaquim, na Serra Catarinense, a Cave Pericó tem feito uma colheita tardia em meados do outono, inicio do inverno, possibilitando assim a produção do vinho do gelo.
 

 

 



terça-feira, 13 de novembro de 2012

Você conhece a Zinfandel?


Ao receber os vinhos da seleção do ClubeW (www.wine.com.br) deste mês, me deparei com um excelente vinho, Dancing Bull, elaborado com a uva Zinfandel.

 
Como nunca havia degustado um vinho dessa uva fui aprender um pouco mais sobre ela.

Produzida quase que exclusivamente na Califórnia, a Zinfandel teve sua origem descoberta apenas na década de 90. Algumas pessoas falam que ela tem um parentesco ou até é a irmã gêmea da uva italiana primitivo. Entretanto a origem da Zinfandel  é a uva croata Crljenak Kastelanski (se já foi difícil escrever, imagina pronunciar esse nome...).

A Zinfandel já foi a uva mais plantada nos EUA, entretando nos últimos anos vem perdendo espaço para outras cepas como a Syrah, a Pinot Noir e a Cabernet Sauvignon.

Essa redução de relevância deve-se ao fato do custo de produção. O custo de produção de um vinho da uva Zinfandel é bem maior do que o custo de produção de outros vinhos. Isso em função do grande rendimento que essa uva produz e pelo fato da ter uma maturação irregular dos cachos, o que demanda um cuidado maior na produção dos vinhos.

Assim como todas as outras uvas, acredito que deva existir vinhos Zinfandel de péssima qualidade, como também excelentes exemplares a venda. Entretanto, minha primeira impressão da Zinfandel foi excelente.
 

 

 

 


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Lidio Carraro Quorum 2006



Escrever sobre a Lídio Carraro é um tema meio polêmico, parte dos enófilos não gosta da forma como são produzidos seus vinhos, outro grupo, o qual me incluo, adora os exemplares produzidos por esta Vinícola.

Para quem não conhece, a Lidio Carraro Vinícola Boutique é uma vinícola que tem como filosofia a produção do chamado por eles “vinho puro”. Para produzir esse vinho há necessidade de um correto mapeamento do solo, rigoroso controle de produção e, no caso da Lídio, um diferencial, a não  utilização do tradicional uso da madeira.

Mas gostaria de falar sobre o vinho top da Vinícola, o Lidio Carraro Quorum Grande Vindima. Esse vinho é composto das uvas Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat.

Tive o prazer de degustar um exemplar da safra 2005 no ano passado e gostei muito do vinho. Entretanto, no evento Vinum Brasilis 2012, aproveitando a participação da Lidio Carraro Vinícola Boutique em Brasília, degustei um exemplar da safra 2006 e tive a melhor das impressões. Na minha opinião o melhor vinho do evento, sensacional, superior ao 2005.

Possui aromas marcantes de frutas vermelhas, evoluindo muito, uma característica dos vinhos da Lídio Carraro, devido ao fato de não passar por carvalho. Na boca o vinho é harmônico, preenchendo toda a boca, na minha opinião é um vinho excelente.

O Lídio Carraro Quorum 2006 custa aproximadamente R$ 130, entretanto no mês de setembro/2012, a Vinícola está com algumas promoções e esse exemplar esta custando R$ 99.

Para quem quiser maiores informações consultem o site da Vinícola www.lidiocarraro.com

domingo, 16 de setembro de 2012

Curso de sommelier internacional



Acontecerá, do dia 19 a 24 de novembro de 2012, na Universidade de Caxias do Sul (RS) um curso internacional de sommelier. O curso tem duração de 6 dias, (imersão completa, períodos da manhã e  tarde). Ao final, o aluno deve realizar um exame escrito e prático e, se aprovado, receberá o certificado Básico de Sommelier Internacional.

Esse certificado é fornecido pela FISAR que é uma associação estrangeira com reconhecimento da personalidade jurídica conforme a Lei Italiana (D.P. de Pisa n. 1070/01 Set. 9 mai 2001).

O programa é bem completo, incluindo degustações de diversos vinhos, além de almoços harmonizados.

O investimento é de R$ 3.150,00 ou 1+1 de R$ 1.596,00 sem hospedagem. Esse valor inclui:

  • Os livros: Vocabulário do Vinho, Harmonização Alimentos com Vinhos e o Manual do Sommelier;
  • Materiais Oficiais da Federação (FISAR) importados da Itália: avental oficial e maleta oficial;
  • Visitas técnicas às empresas vinícolas da região;
  • Almoços didáticos com aulas de harmonização;
  • Ao final, o aluno aprovado no exame receberá, além do diploma da FISAR em parceria com a UCS, um Taste vin de prata.

Para quem não conhece o Taste Vin é um acessório vínico criado há mais de 200 anos, também conhecido como o símbolo dos sommeliers, é um objeto utilizado para observar a cor e brilho do vinho.

Pelo programa, experiência dos palestrantes e material o curso vale muito a pena.


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cabernet Franc nacional de excelente qualidade.




Continuando com as excelentes descobertas da Vinum Brasilis 2012, vou destinar esse post a um Cabernet Franc, o vinho Gran Cabernet Franc XIII 2008 da Vinícola Valmarino.

Primeiro falando um pouco a respeito da Cabernet Franc. Essa uva originada da França é considerada a Cabernet original. A Cabernet Sauvignon surgiu do cruzamento entre a Cabernet Franc e Sauvignon Blanc.

No Brasil a Cabernet Franc se adaptou muito bem ao solo e ao clima, entretanto, atualmente é mais utilizada em cortes (combinação) com outras uvas. Dessa forma, os vinhos brasileiros varietais (vinho elaborado com um único tipo de uva) Cabernet Franc tendem a não cair no gosto popular do brasileiro.

Eu também nunca fui um apreciador dessa cepa (uva), por total desconhecimento, até minha primeira visita a Mendoza, quando conheci a Bodega Pulenta Estate e provei o excelente vinho XI Gran Cabernet Franc, que é simplesmente sensacional, o melhor vinho Cabernet Franc que já tomei. A partir de então comecei e olhar com outros olhos os vinhos 100% Cabernet Franc.

Para minha surpresa, quando já estava de saída da Vinum Brasilis 2012 (evento ocorrido em Brasilia-DF), parei em um estande e fui degustar o vinho Cabernet Franc XIII 2008, da Vinicola Valmarino. Que maravilha! Que belíssima surpresa, o vinho, na minha humilde opinião, é muito bom, me fez lembrar o excelente vinho da Pulenta Estate.

Segundo informações do site da própria vinícola, o vinho permanece 17 meses em barricas  e após esse período recebe um corte de 30% do mesmo vinho que não passou por barrica.

Esse vinho tem algumas características interessantíssimas, que encontrei apenas em alguns Cabernet Franc, aromas complexos, algo de vegetal, lembrando pimentão, presença de madeira e especiarias. Na boca o vinho é elegante, harmonioso, aquele vinho que preenche a boca, macio com taninos bem equilibrados. Um vinho que recomendo.

Vale a pena degustar.

domingo, 26 de agosto de 2012

O que fazer quando o garçom coloca aquele pouquinho de vinho na taça?


Muitas pessoas evitam pedir vinhos em restaurantes por não saber o que fazer naquele momento em que o garçom coloca aquela pequena quantidade de vinho na taça.

Eu, assim como muita gente que está lendo esse post, também tinha esse receio, no começo eu optava por não experimentar o vinho. Quando o garçom ia colocar aquele pouquinho de vinho eu dispensava... dizia ao sommelier/garçom que podia continuar com o serviço. Pois é, muita gente que já conhece mais de vinho e até eu mesmo dou risada disso hoje, mas meu pensamento era esse, como não sabia o que fazer optava por não experimentar. Com o tempo fui conhecendo mais, entendendo a necessidade daquele momento e experimentando todos os vinhos.

Primeiro, vamos partir do principio que a escolha do vinho já ocorreu. A escolha do vinho é uma opinião pessoal que pode ter o auxilio do sommelier (profissional do restaurante especializado em vinhos). Uma vez escolhido o vinho, o sommelier/garçom irá abri-lo e colocar aquela pequena quantidade de vinho na taça... e agora? 

Já vi muita gente que nesse momento cheira o vinho, faz careta, olha para o lado e começa a avaliar o vinho, falando dos aromas e por aí vai.... mas vamos deixar claro aqui, não é o momento pra isso, a idéia não é essa. 

A função desse momento é avaliar se o vinho esta saudável ou não. Os vinhos podem estar avinagrados ou oxidados, que é quando sentimos aromas de vinagre ou ovo podre ou podem estar “bouchonné” – termo usado quando a rolha foi contaminada por um fungo – geralmente se identifica esse estado quando se sente cheiro e gosto de “papelão molhado”. Caso identifique algumas dessas situações peça que o sommelier troque o vinho. Estando tudo certo autorize o garçom a continuar com o serviço.